O maior dilema de Heloísa Helena, como ela mesma confessa, é perder o salário de parlamentar.
Diz a senadora: "Preferia ser candidata em Alagoas" (ao governo do Estado). Mas, apesar de o governador Ronaldo Lessa (PDT-AL) acenar com um possível apoio à sua candidatura ao Palácio dos Martírios, sede do governo alagoano, ela acredita que Lessa está mais interessado em ver o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), atual presidente do Senado, substituí-lo na administração estadual.
Sobra para Heloísa Helena, como ela mesma reconhece, o papel de atrapalhar a reeleição de Lula, candidatando-se à Presidência pelo seu PSOL, ciente das conseqüências da atitude.
"Não podemos ficar em 2006 estatelados diante do jogo neoliberal do PT e do PSDB. Faz parte da nossa tradição alguém ir para o sacrifício para outros manterem a trincheira da luta".
Se eu não vencer, vou deixar o salário de senadora pelo de professora universitária em Alagoas, uma decisão que afeta minha família, mas paciência", lamenta Heloísa Helena PSOL-AL.
E ela ainda faz aquela pose toda de quem está preocupada com os destinos da Nação.
Dá pra notar que essa moça anda muito nervosa. O salário de senadora vai lhe fazer muita falta. O maior sacrifício ao qual ela acha que vai se submeter, todos já sabem, é perder o salário de senadora.
Provavelmente, depois de se acostumar com o salário, jetons e outras vantagens do Senado, Heloísa Helena não iria se readaptar à vida de professora universitária, apesar de apenas voltar a ter uma remuneração e cargo aos quais milhões de brasileiros almejam com muita paixão. Mas o Senado é o Senado. Paciência!
Não consigo entender por que Heloísa Helena se sacrificaria "para outros manterem a trincheira da luta". Imagino que, um sacrifício desses implicaria, pelo menos, a ascensão de aliados ideologicamente mais próximos, que não fizessem o "jogo neoliberal do PT e do PSDB", conforme ela mesma afirma.
Entretanto, no caso de derrota de Lula, seria eleito o candidato do PSDB, com uma política econômica, comprovadamente, entreguista, marcada por privatizações que hoje estão sendo contestadas na Justiça, com fortes indícios de irregularidades.
Quem seria o candidato beneficiado com o "sacrifício" de Heloísa Helena? Para quem ela vai "sublimar" o seu salário, como Jefferson disse que o fez com o seu mandato, ao denunciar o esquema de caixa 2 petista?
"Faz parte da nossa tradição alguém ir para o sacrifício para outros manterem a trincheira da luta", diz Heloísa Helena. Leia-se: Faz parte da canalhice política, alguém ir para o sacrifício a fim de atrapalhar a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva.
30 julho 2006
Presidente do PSDB de Sergipe deixa partido para apoiar Lula
A então presidente do PSDB-SE, Maria Mendonça, prefeita de Itabaiana, 3º maior colégio eleitoral do Estado renunciou ao cargo de Presidente Regional do PSDB, desfiliou-se e anunciou apoio às candidaturas de Lula presidente, de Marcelo Déda governador e de José Eduardo Dutra senador.
Dias antes, o deputado federal Bosco Costa já havia tomado a mesma atitude de renúncia e desfiliação.
Segundo a assessoria da prefeita Maria Mendonça, a insatisfação com o apoio do PSDB à reeleição do governador João Alves Filho (PFL) é generalizada entre os candidatos tucanos, forçados pela verticalização de coligações.
Bosco Costa era presidente do PSDB no Estado e, ao renunciar, foi substituído por Maria Mendonça, que deixou o partido e o cargo em seguida.
O presidente nacional do PT e coordenador da Campanha Lula, Ricardo Berzoini, contatou as lideranças para agradecer o apoio e colocar o PT à disposição.
Durante entrevista coletiva, nesta manhã, a prefeita justificou seu descontentamento com o governo João Alves e o apoio recebido do governo Lula, neste um ano e meio de governo em Itabaiana, como principais motivos para a ruptura. A prefeita foi eleita com o apoio do PT e é considera a principal adversária de João Alves na região.
De acordo com ela, o governador pefelista João Alves persegue administrações de partidos adversários, enquanto o governo federal “não tem medido recursos para obras estruturais necessárias em Itabaiana”.
Foi instalado um campus avançado da Universidade Federal de Sergipe naquela cidade, Farmácia Popular, entre outros programas do governo federal com forte impacto entre a população. No sentido oposto, João Alves se negou a estabelecer convênios solicitados por Itabaiana, informou a ex-tucana.
Dias antes, o deputado federal Bosco Costa já havia tomado a mesma atitude de renúncia e desfiliação.
Segundo a assessoria da prefeita Maria Mendonça, a insatisfação com o apoio do PSDB à reeleição do governador João Alves Filho (PFL) é generalizada entre os candidatos tucanos, forçados pela verticalização de coligações.
Bosco Costa era presidente do PSDB no Estado e, ao renunciar, foi substituído por Maria Mendonça, que deixou o partido e o cargo em seguida.
O presidente nacional do PT e coordenador da Campanha Lula, Ricardo Berzoini, contatou as lideranças para agradecer o apoio e colocar o PT à disposição.
Durante entrevista coletiva, nesta manhã, a prefeita justificou seu descontentamento com o governo João Alves e o apoio recebido do governo Lula, neste um ano e meio de governo em Itabaiana, como principais motivos para a ruptura. A prefeita foi eleita com o apoio do PT e é considera a principal adversária de João Alves na região.
De acordo com ela, o governador pefelista João Alves persegue administrações de partidos adversários, enquanto o governo federal “não tem medido recursos para obras estruturais necessárias em Itabaiana”.
Foi instalado um campus avançado da Universidade Federal de Sergipe naquela cidade, Farmácia Popular, entre outros programas do governo federal com forte impacto entre a população. No sentido oposto, João Alves se negou a estabelecer convênios solicitados por Itabaiana, informou a ex-tucana.
25 julho 2006
Resta alguma dúvida sobre os verdadeiros motivos dessa moça ter saído do PT? Alguma dúvida do porquê o ACM (também na foto) a indicou como uma das que apoiaram o deputado sócio do Juiz Lalau, na quebra do sigilo do painel eletrônico do Congresso?
Na época a atriz se fez de indignada com seu correligionário, assim como hoje chama de quadrilha aos seus amigos, apesar de, como aqui, não sair do lado deles.
Se eles são os bandidos, qual o papel dessa moça nesse filme? Se é o de cavalo de bandido, qual papel reserva para seus eleitores?
Na época a atriz se fez de indignada com seu correligionário, assim como hoje chama de quadrilha aos seus amigos, apesar de, como aqui, não sair do lado deles.
Se eles são os bandidos, qual o papel dessa moça nesse filme? Se é o de cavalo de bandido, qual papel reserva para seus eleitores?
21 julho 2006
O PT vai usar a internet para combater a guerra suja
A militância do PT vai usar a internet para fazer campanha para o presidente Lula, e combater a guerra suja.
O secretário de Relações Internacionais do PT, Valter Pomar, diz que a utilização das ferramentas disponíveis na internet pode fazer a diferença nas urnas.
Pomar informa que os internautas devem usar durante o processo eleitoral diversas formas para fazer campanha, como mensagens de texto, comunidades em sites de relacionamento, sites e blogs, entre outras ferramentas.
Ele orienta a militância a usar a internet para combater a "guerra suja" que deve ser deflagrada pela oposição para desgastar a imagem do presidente Lula.
"Neste período eleitoral há uma explosão de mensagens e textos com informações falsas, acusações infundadas e por vezes também criminosas, contra os candidatos do PT e, particularmente, contra a candidatura Lula."
Para defender a candidatura de Lula, Pomar orienta a militância a denunciar os ataques para que o PT possa "desconstruir" os ataques.
O PT deve acionar seu departamento jurídico para se defender dos ataques.
"Prevendo estes ataques e também já se precavendo contra a 'guerra suja', a campanha Lula irá acompanhar os sites, blogs e comunidades de relacionamento, fornecendo informações e respondendo às mentiras propagadas. Os e-mails com acusações e difamações também terão respostas", orienta Pomar.
O secretário de Relações Internacionais do PT, Valter Pomar, diz que a utilização das ferramentas disponíveis na internet pode fazer a diferença nas urnas.
Pomar informa que os internautas devem usar durante o processo eleitoral diversas formas para fazer campanha, como mensagens de texto, comunidades em sites de relacionamento, sites e blogs, entre outras ferramentas.
Ele orienta a militância a usar a internet para combater a "guerra suja" que deve ser deflagrada pela oposição para desgastar a imagem do presidente Lula.
"Neste período eleitoral há uma explosão de mensagens e textos com informações falsas, acusações infundadas e por vezes também criminosas, contra os candidatos do PT e, particularmente, contra a candidatura Lula."
Para defender a candidatura de Lula, Pomar orienta a militância a denunciar os ataques para que o PT possa "desconstruir" os ataques.
O PT deve acionar seu departamento jurídico para se defender dos ataques.
"Prevendo estes ataques e também já se precavendo contra a 'guerra suja', a campanha Lula irá acompanhar os sites, blogs e comunidades de relacionamento, fornecendo informações e respondendo às mentiras propagadas. Os e-mails com acusações e difamações também terão respostas", orienta Pomar.
15 julho 2006
Movimento Negro faz ato em defesa das cotas em Salvador
Cerca de 300 pessoas do movimento negro de vários Estados do país fizeram um ato em defesa das cotas raciais nas universidades brasileiras, durante a 2ª Conferência de Intelectuais da África e da Diáspora.
Com o slogan “Contra as cotas, só racista”, eles entraram no auditório onde estava em andamento a última das mesas de debate da conferência. O público aplaudiu em pé a manifestação.
Eles também fizeram a leitura de um documento elaborado por representantes do movimento negro, em que pedem a aprovação da lei nacional de cotas raciais para universidades e do Estatuto da Igualdade Racial.
O documento sugere a criação do Dia Nacional em Defesa das Cotas Raciais, a ser celebrado no dia 18 de agosto.
Pouco antes da manifestação, a cantora Leci Brandão, que participava da mesa de debates a convite do ministro da Cultura, Gilberto Gil, já havia feito um apelo ao ministro para que procurasse agilizar junto ao Congresso Nacional a lei de cotas.
Hoje, algumas universidades do país já adotam a política de cotas para negros, mas não há uma determinação federal obrigando a reserva de vagas.
Com o slogan “Contra as cotas, só racista”, eles entraram no auditório onde estava em andamento a última das mesas de debate da conferência. O público aplaudiu em pé a manifestação.
Eles também fizeram a leitura de um documento elaborado por representantes do movimento negro, em que pedem a aprovação da lei nacional de cotas raciais para universidades e do Estatuto da Igualdade Racial.
O documento sugere a criação do Dia Nacional em Defesa das Cotas Raciais, a ser celebrado no dia 18 de agosto.
Pouco antes da manifestação, a cantora Leci Brandão, que participava da mesa de debates a convite do ministro da Cultura, Gilberto Gil, já havia feito um apelo ao ministro para que procurasse agilizar junto ao Congresso Nacional a lei de cotas.
Hoje, algumas universidades do país já adotam a política de cotas para negros, mas não há uma determinação federal obrigando a reserva de vagas.
R$ 100 milhões para segurança em São Paulo
O governo federal anunciou hoje a liberação de R$ 100 milhões do Fundo Nacional Penitenciário para a Secretaria Estadual da Administração Penitenciária de São Paulo. A medida faz parte de uma série de ações contra a crise de segurança no estado de São Paulo.
Dos R$ 100 milhões, metade deverá ser usado em serviços de inteligência. O restante deve ser aplicado em reconstrução e aquisição de novos presídios e equipamentos.
O ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) se reuniu hoje com o governador Claudio Lembo e voltou a reforçar a oferta de utilização da Força Nacional de Segurança e do Exército. "Isso depende de entendimento entre o governador, comandante do Exército e comandante do Comando Militar do Leste", afirmou.
O Estado vive uma nova onda de violência atribuída ao PCC (Primeiro Comando da Capital), facção que atua dentro e fora das prisões. Desde a noite da última terça (11), foram atacados prédios públicos e particulares, agências bancárias, lojas, ônibus e forças de segurança.
Anteriormente, Lembo já havia recusado a presença de tropas e admitido apenas a colaboração do setor de inteligência. Nesta semana, ele considerou que o reforço policial não era oportuno nem necessário, pois o efetivo de segurança paulista, de acordo com ele, "o maior e mais bem equipado entre os Estados da federação".
Dos R$ 100 milhões, metade deverá ser usado em serviços de inteligência. O restante deve ser aplicado em reconstrução e aquisição de novos presídios e equipamentos.
O ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) se reuniu hoje com o governador Claudio Lembo e voltou a reforçar a oferta de utilização da Força Nacional de Segurança e do Exército. "Isso depende de entendimento entre o governador, comandante do Exército e comandante do Comando Militar do Leste", afirmou.
O Estado vive uma nova onda de violência atribuída ao PCC (Primeiro Comando da Capital), facção que atua dentro e fora das prisões. Desde a noite da última terça (11), foram atacados prédios públicos e particulares, agências bancárias, lojas, ônibus e forças de segurança.
Anteriormente, Lembo já havia recusado a presença de tropas e admitido apenas a colaboração do setor de inteligência. Nesta semana, ele considerou que o reforço policial não era oportuno nem necessário, pois o efetivo de segurança paulista, de acordo com ele, "o maior e mais bem equipado entre os Estados da federação".
Lula promete revolucionar a Educação
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva elegeu a educação com prioridade máxima de seu segundo mandato, caso seja reeleito em outubro deste ano.
O anúncio foi feito na noite de quinta-feira (13), durante o lançamento oficial da campanha de reeleição, que aconteceu no restaurante São Judas Tadeu, em São Bernardo (SP).
"Vamos fazer a grande revolução educacional que o Brasil precisa", afirmou Lula para os mais de 2.500 participantes do jantar.
Em discurso de 45 minutos, o presidente fez um balanço de seu governo, teceu elogios ao vice José Alencar e ao senador Aloizio Mercadante (candidato ao governo de SP), comentou a crise de segurança em São Paulo e elencou alguns temas que estarão no foco principal da campanha.
O anúncio foi feito na noite de quinta-feira (13), durante o lançamento oficial da campanha de reeleição, que aconteceu no restaurante São Judas Tadeu, em São Bernardo (SP).
"Vamos fazer a grande revolução educacional que o Brasil precisa", afirmou Lula para os mais de 2.500 participantes do jantar.
Em discurso de 45 minutos, o presidente fez um balanço de seu governo, teceu elogios ao vice José Alencar e ao senador Aloizio Mercadante (candidato ao governo de SP), comentou a crise de segurança em São Paulo e elencou alguns temas que estarão no foco principal da campanha.
Quem pariu o PCC ou o viu nascer que o embale
Circula nos altos escalões do governo de São Paulo cópia da degravação de uma conversa telefônica travada entre dois integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Um sugere ao outro que devem ser mortos "todos esses políticos". O outro pergunta: "Mas quais"? O autor da sugestão esclarece que se refere a políticos do PSDB e do PFL, poupando-se os do PT.
O governador Cláudio Lembo resiste à pressão para que divulgue a conversa grampeada com autorização da Justiça. O secretário de Segurança Pública é a favor da divulgação.
É com base em tal diálogo que cabeças coroadas do PFL e do PSDB tentam vender a história de que o PT estaria por trás dos ataques promovidos pelo crime organizado em São Paulo.
O senador Jorge Bornhausen, presidente do PFL, saiu na frente no início desta semana:
- O PT pode estar manuseando, manipulando essas ações [atentados].
O ex-governador Geraldo Alckmin e o ex-prefeito José Serra seguiram as pegadas de Bornhausen. Disse Alckmin:
- Tem muita coisa estranha por trás de tudo isso. Mas não vou fazer nenhuma observação de natureza política. Estranho a forma como a coisa ocorre, a época em que ocorre, a maneira como os atos são desencadeados.
Serra foi mais explícito:
- Basta você olhar os manifestos do crime organizado, o que eles dizem sobre a política, coisas que se diz que eles [criminosos] dizem, inclusive nas gravações.
Bateu o desespero na coligação PSDB-PFL. Muita gente ali teme que a onda de violência em São Paulo detenha o crescimento de Alckmin nas pesquisas eleitorais e subtraia a Serra as chances de se eleger governador ainda no primeiro turno.
Líderes políticos com o peso de Bornhausen, Alckmin e Serra não podem bancar acusações sem que elas antes tenham sido provadas. Dizer que o PT "pode estar manipulando essas ações" é igual a dizer que ele também pode não estar.
Falar em "coisa estranha" dada à época em que ocorre serve apenas para confundir e desviar o foco das discussões. É pura leviandade.
O PCC nasceu em 1993 na penitenciária de Taubaté, interior de São Paulo, depois que mais de 100 presos foram mortos um ano antes naquele que se tornaria conhecido como "o massacre do Carandiru".
Criado, de início, para defender os interesses dos presos, o PCC cresceu e passou a mandar nas 40 penitenciárias paulistas. Logo entrou em choque com o PSDB que assumiu o governo de São Paulo em 1995 com a eleição de Mário Covas.
Em 2001, o PCC liderou a maior rebelião da história penitenciária de São Paulo. Ela atingiu 29 presídios e terminou com um saldo de 16 mortos.
O troco veio um ano depois: 12 líderes do PCC foram mortos pela polícia na rodovia Castelo Branco. Deu-se ao episódio o nome de "Emboscada da Castelinho".
O governo paulista anunciou o fim do PCC em novembro daquele mesmo ano. Na época, o diretor da Delegacia Especializada no Crime Organizado, Godofredo Bittencourt, garantiu que a organização criminosa falira.
- O PCC não morde mais ninguém -, comemorou.
Era história para boi dormir. O PCC não só se manteve forte nos presídios como passou a comandar os crimes praticados fora deles. Aliou-se, por exemplo, ao Comando Vermelho do Rio de Janeiro.
Em 13 anos de existência, o PCC gastou onze em guerra contra governos do PSDB e agora do PFL.
É natural que tenha como principal inimigo quem o combate há tanto tempo. Em hora de enfrentamento, também é natural que pense em retaliar seu principal inimigo.
O PSDB e o PFL ultrapassam o limite da irresponsabilidade quando insinuam sem provas e de maneira criminosa que o PCC atua como braço armado do PT.
Quem pariu o PCC ou o viu nascer que o embale.
Do Blog do Noblat
Um sugere ao outro que devem ser mortos "todos esses políticos". O outro pergunta: "Mas quais"? O autor da sugestão esclarece que se refere a políticos do PSDB e do PFL, poupando-se os do PT.
O governador Cláudio Lembo resiste à pressão para que divulgue a conversa grampeada com autorização da Justiça. O secretário de Segurança Pública é a favor da divulgação.
É com base em tal diálogo que cabeças coroadas do PFL e do PSDB tentam vender a história de que o PT estaria por trás dos ataques promovidos pelo crime organizado em São Paulo.
O senador Jorge Bornhausen, presidente do PFL, saiu na frente no início desta semana:
- O PT pode estar manuseando, manipulando essas ações [atentados].
O ex-governador Geraldo Alckmin e o ex-prefeito José Serra seguiram as pegadas de Bornhausen. Disse Alckmin:
- Tem muita coisa estranha por trás de tudo isso. Mas não vou fazer nenhuma observação de natureza política. Estranho a forma como a coisa ocorre, a época em que ocorre, a maneira como os atos são desencadeados.
Serra foi mais explícito:
- Basta você olhar os manifestos do crime organizado, o que eles dizem sobre a política, coisas que se diz que eles [criminosos] dizem, inclusive nas gravações.
Bateu o desespero na coligação PSDB-PFL. Muita gente ali teme que a onda de violência em São Paulo detenha o crescimento de Alckmin nas pesquisas eleitorais e subtraia a Serra as chances de se eleger governador ainda no primeiro turno.
Líderes políticos com o peso de Bornhausen, Alckmin e Serra não podem bancar acusações sem que elas antes tenham sido provadas. Dizer que o PT "pode estar manipulando essas ações" é igual a dizer que ele também pode não estar.
Falar em "coisa estranha" dada à época em que ocorre serve apenas para confundir e desviar o foco das discussões. É pura leviandade.
O PCC nasceu em 1993 na penitenciária de Taubaté, interior de São Paulo, depois que mais de 100 presos foram mortos um ano antes naquele que se tornaria conhecido como "o massacre do Carandiru".
Criado, de início, para defender os interesses dos presos, o PCC cresceu e passou a mandar nas 40 penitenciárias paulistas. Logo entrou em choque com o PSDB que assumiu o governo de São Paulo em 1995 com a eleição de Mário Covas.
Em 2001, o PCC liderou a maior rebelião da história penitenciária de São Paulo. Ela atingiu 29 presídios e terminou com um saldo de 16 mortos.
O troco veio um ano depois: 12 líderes do PCC foram mortos pela polícia na rodovia Castelo Branco. Deu-se ao episódio o nome de "Emboscada da Castelinho".
O governo paulista anunciou o fim do PCC em novembro daquele mesmo ano. Na época, o diretor da Delegacia Especializada no Crime Organizado, Godofredo Bittencourt, garantiu que a organização criminosa falira.
- O PCC não morde mais ninguém -, comemorou.
Era história para boi dormir. O PCC não só se manteve forte nos presídios como passou a comandar os crimes praticados fora deles. Aliou-se, por exemplo, ao Comando Vermelho do Rio de Janeiro.
Em 13 anos de existência, o PCC gastou onze em guerra contra governos do PSDB e agora do PFL.
É natural que tenha como principal inimigo quem o combate há tanto tempo. Em hora de enfrentamento, também é natural que pense em retaliar seu principal inimigo.
O PSDB e o PFL ultrapassam o limite da irresponsabilidade quando insinuam sem provas e de maneira criminosa que o PCC atua como braço armado do PT.
Quem pariu o PCC ou o viu nascer que o embale.
Do Blog do Noblat
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