07 fevereiro 2006

Crédito para habitação deve gerar 700 mil empregos


Os investimentos de R$ 18,7 bilhões em habitação, parte de um pacote de medidas para o setor anunciado hoje (7) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, permitirão a construção de 350 mil moradias e a geração de 700 mil empregos diretos.

A expectativa é do presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), Paulo Safady Simão. Seu cálculo leva em consideração a hipótese de que 80% dos recursos sejam investidos na construção de novos imóveis.

"Isso pode vir a contribuir na renda, no emprego, no crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) e, o mais importante, aquilo que o presidente disse, na redução do déficit habitacional", afirmou Simão.

Os recursos também podem ser destinados para programas de aquisição de imóveis usados e para a compra de material de construção.

Segundo ele, apenas com os R$ 8,7 bilhões originários de cadernetas de poupança, será possível construir mais de 100 mil imóveis, aumento em torno de 40% em relação a 2005, quando foram liberados R$ 4,8 bilhões nessa modalidade de financiamento.

Simão acrescentou que as medidas podem contribuir para a retomada do crescimento do setor, que, no ano passado, teve aumento de menos de 1%.

"Eu gostaria muito de crescer no mesmo nível de 2004, que foi 5,7%", disse Simão, que também considera a realização de obras de infra-estrutura essencial para o desempenho do setor.

IPI
Já a a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para 41 itens de material de construção, também anunciada por Lula, deve ter impacto de menos de 3% para o consumidor final, pelos cálculos de Simão.

"Nós temos estudos feitos, com todas as alíquotas zerando, que giram em torno de 3% de redução do custo final. É claro que, como essas alíquotas não foram zeradas, certamente será um impacto final menor do que 3%", explicou Simão.

O decreto presidencial assinado hoje isenta a cobrança do IPI sobre 13 materiais de construção e reduz para 5% a alíquota para 28 produtos.

Segundo Simão, a mudança beneficiará mais a iniciativa individual do que a construção civil. "Qualquer que seja o impacto, se ele, de fato, for repassado para o mutuário final, é importante. Eu acho que ele vai beneficiar muito mais esse ‘comércio formiguinha’ do que propriamente a construção civil", avaliou.

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