08 fevereiro 2006

Fontana sugere mais humildade a FHC


O líder do PT na Câmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS), criticou ontem, 07.02.2006, as declarações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) sobre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante a noite de segunda-feira, no programa Roda Viva, da TV Cultura. “ O ex-presidente continua com suas grandes características que o Brasil conhece: a arrogância e a falta de autocrítica”, disse Fontana.

Ele rebateu as acusações de FHC ao governo Lula e ao PT por suposta quebra da ética. Fontana sublinhou que grande parte da corrupção que o governo Lula está combatendo agora sobreviveu durante todo o governo FHC. “Acho que o ex-presidente deveria ter um pouco mais de humildade e serenidade e tomar uma decisão de ser candidato para compararmos o que fez em sua gestão com o que está sendo feito no governo Lula, especialmente na questão ética.”

O líder petista recordou dos inúmeros casos de corrupção ocorridos no governo tucano-pefelista de FHC. “Eu jamais vi coisa igual; durante o período das privatizações, o próprio ex-presidente, em conversas degravadas, fazia tráfico de influência a favor de determinados consórcios”, disse.

“O que nós queremos é enfrentar o ex-presidente, e aí, num debate franco e aberto, comparar governo contra governo”, declarou o líder. "Nós temos muito a debater com o ex-presidente, mas não será no ar condicionado de seu gabinete, onde faz frases de efeito e dá entrevistas. Nós queremos este debate feito por toda a população brasileira." Fontana voltou a dizer que o PT entrará com representação contra FHC por declarações concedidas por ele à revista IstoÉ. “Ele atacou de maneira geral a honra de todos nós do PT, ele não tem o direito de fazer isso”, acrescentou.

Estagnação tucana
O líder petista assinalou que FHC não conseguiu fazer em oito anos de sua gestão o que o governo Lula fez em pouco mais de três anos de mandato. Ele lembrou que nos oito anos de governo FHC, “o Brasil ficou praticamente estagnado, o crescimento econômico foi mínimo, a geração de empregos 12 vezes menor do que no governo Lula e o país não tinha a capacidade exportadora que tem hoje”, disse.

Fontana recordou que o crescimento das exportações brasileiras, durante os três anos do governo Lula, chegou perto de 98%, “algo absolutamente histórico”. Além disso, observou que o poder de compra do salário mínimo é o maior dos últimos 20 anos.

Reforma eleitoral
Sobre a reunião de líderes partidários, marcada para as 14h desta terça-feira, com o presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PcdoB-PE), para definir a pauta de votações do Plenário, Fontana destacou que a bancada petista vai defender a votação da matéria sobre a Reforma Eleitoral.

“É importantíssimo mudar a legislação eleitoral, nós queremos campanhas mais baratas, politizadas, que troquem o marketing pela política e ao mesmo tempo que tenha um teto de gastos entre os candidatos”, disse.

Para Fontana, o grande problema do atual sistema eleitoral brasileiro é o abuso do poder econômico durante as campanhas eleitorais, o que, segundo entende, pode ser mudado com a aprovação do teto de gastos. “No sistema político atual, o abuso do poder econômico é legal, se é feito com caixa um ele é legal e aí os candidatos não têm igualdade de condições. Um candidato pode gastar 10 ou 20 vezes a mais que o outro, então o teto significa igualdade de condições entre os candidatos”, disse.

“Na minha opinião, definir um teto de gastos em campanhas é bastante simples, nós devemos votar um teto e delegar aos tribunais regionais eleitorais o seu comprimento com base na realidade de cada estado. Por exemplo, no Rio Grande do Sul seria definido um teto máximo x para deputado federal, e qualquer gasto acima deste teto significaria a cassação do mandato, assim como qualquer aplicação de caixa dois”, disse.

De acordo o petista, o PT não abre mão da criação de um teto e pretende negociar questões menores e secundárias com os demais partidos, mas garantindo a criação do teto. “Se nós votamos meia dúzia de proibições e não votarmos o teto, os candidatos que querem abusar do poder econômico vão continuar com a prática abusiva”.
Portal PT.

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