28 maio 2006

Lula: país reduzirá dependência do gás boliviano

O Brasil vai produzir, até 2008, praticamente a mesma quantidade de gás natural que importa atualmente da Bolívia. A informação foi dada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva hoje (22) no programa de rádio Café com o Presidente.

Lula disse ainda que o governo testará termelétricas a álcool. "Será uma extraordinária revolução porque vai aumentar a produção de álcool. Nós já estamos exportando muito, mas agora vamos consumir mais internamente e isso vai nos dar também independência", afirmou.

Segundo o presidente, com a produção de biodiesel, álcool e agora também a entrada do H- Bio (mistura de óleo vegetal ao diesel), o país se tornará uma potência energética. "Eu tenho dito e repetido várias vezes que o Brasil no século 21 será a maior potência energética do planeta", destacou.

H-Bio
Com a produção do H-Bio, o consumidor poderá pagar menos pelo óleo diesel, disse o presidente Lula. O produto é um novo tipo de combustível que mistura óleo vegetal (da mamona, da soja e outras oleaginosas) no processo de fabricação do diesel, resultando em um óleo menos poluente e de melhor qualidade. O combustível será produzido pela Petrobras.

"O nosso óleo diesel vai ser de melhor qualidade porque vai ser diretamente refinado junto com o petróleo. Pode baratear o preço para o consumidor, pode dar aos produtores de soja, de mamona uma certa garantia de mercado, ou seja, não ficam dependendo apenas das exportações. Nós poderemos vender esse óleo para outros países e nós poderemos consumir muito mais internamente", afirmou Lula no programa de rádio.

O novo combustível foi anunciado na última quinta-feira (18) pelo Conselho Nacional de Política Energética. De acordo com a Petrobras, a partir de 2007, 10% de óleo vegetal serão adicionados ao diesel e, com isso, o Brasil deixará de importar até 250 mil metros cúbicos de diesel por dia.

Para Lula, o H-Bio irá mudar a matriz energética mundial nos próximos anos. "A extração do biodiesel da mamona, do óleo de dendê, do girassol, do caroço de algodão, da soja vai permitir que a gente tenha um aumento de produtividade no campo, que a gente tenha uma garantia efetiva de tranqüilidade para os produtores dessas oleaginosas e que a Petrobras assuma definitivamente a responsabilidade de cuidar não apenas do petróleo, mas de cuidar também dessas outras coisas que significam energia e soberania para o Brasil", reforçou o presidente.

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