14 maio 2006

Para Lula, violência é resultado de falta de investimento

O presidente Lula disse neste sábado em Viena que lamenta pelas vítimas dos ataques do PCC em São Paulo, durante o violento fim de semana na capital paulista.

Lula disse que ações desse tipo são resultado de anos de falta de investimento em políticas sociais.

"O problema da violência no Brasil é que durante 50 anos, quando se falava em investimento em educação se falava em gasto e aí colocava o dinheiro da educação como para qualquer outra coisa", afirmou o presidente.

"Na hora que você não investe em uma escola, você vai ter de investir depois em uma cadeia. É só vocês analisarem quanto custa um jovem na Febem e um jovem na escola."

Quando questionado sobre se falava do ex-governador de São Paulo, o tucano Geraldo Alckmin que se afastou do cargo para disputar a pré-candidatura pelo PSDB, Lula disse que não ia citar nomes.

"Eu não estou nominando ninguém, eu não vou nominar. É uma cultura brasileira de confundir investimento em educação com gasto. De investir em política social como gasto."

"De vez em quando, se cria a seguinte coisa: precisamos ter um choque de gestão, choque de gestão significa cortar gasto, significa mandar gente embora e eu prefiro utilizar um choque de inclusão", disse Lula.

Choque de gestão é a expressão usada por Alckmin, quando defende a forma como saneou as finanças do Estado e que faz parte de suas intenções num hipotético governo tucano na presidência.

"Nós precisamos investir no povo brasileiro. Essa e a chave da questão, investir nas pessoas, dar comida, dar escola, que as pessoas vão se transformar em pessoas sadias, independentes e saudáveis, e não vão precisar roubar, e não vão precisar matar, não vão precisar fazer isso."

Após relacionar uma série de medidas tomadas durante o seu governo no setor da educação, o próprio presidente indagou: "E por que fizemos isso?". Sua resposta:

"Porque eu proibi no governo falar que dinheiro em educação é gasto."

"Dinheiro em educação é o maior investimento que uma nação pode fazer para se desenvolver. O resto é conversa fiada", completou.

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